Richard Sherman e Ryan Fitzpatrick estão ajudando a criar a nova era do Thursday Night Football na Amazon

O momento que consolidou o lugar de Richard Sherman na história do Seattle Seahawks veio em 29 de janeiro de 2014.

Foi na final da National Football Conference (NFC) - o jogo que decidiria quem seria o representante da NFC no Super Bowl XLVIII - e os Seahawks tinham vantagem de seis pontos com menos de um minuto restante no quarto tempo. Entre o time de Seattle e a vitória estava o San Francisco 49ers, que estava a 18 jardas de marcar um touchdown que poderia (junto com o ponto extra convertido) vencer o jogo para o San Francisco.

A menos, é claro, que a defesa do Seahawks conseguisse tomar posse da bola.

O quarterback dos 49ers, Colin Kaepernick, disparou um passe em direção ao seu receptor, Michael Crabtree, dentro da zona de touchdown, onde Sherman estava na marcação. Ele teve apenas um instante para reagir.

Sherman saltou, usando sua impressionante envergadura para desviar a bola para longe do receptor 49ers e direto para as mãos do linebacker do Seahawks, Malcolm Smith. “O toque”, como ficou conhecido, garantiu o lugar dos Seahawks no Super Bowl pela segunda vez na história do time.

Embora seja talvez um dos momentos mais famosos da carreira de Sherman na NFL, O toque é apenas um dos muitos destaques de seus mais de dez anos jogando na liga. Ele foi campeão do Super Bowl XLVIII, escolhido três vezes para a seleção dos melhores do ano, e foi um dos alicerces de uma das maiores defesas da história da NFL, apelidada de “Legion of Boom”. Desde que deixou os Seahawks, as proezas defensivas de Sherman foram vistas a serviço do San Francisco 49ers e do Tampa Bay Buccaneers. Conhecido por dizer abertamente o que pensa (sobre seu desempenho em jogo ou o de outro jogador), Sherman sempre foi um jogador elétrico, dentro e fora do campo.

A partir de setembro deste ano, Sherman vai incluir no currículo o cargo de analista do TNF.

Embora ele seja, sem dúvida, um atleta de nível mundial, Sherman prontamente admite que ele não é o jogador mais rápido ou mais forte da NFL. Talvez sua maior arma em campo seja o cérebro.

Para os fãs assistindo o TNF na Amazon no segundo semestre, Sherman traz uma abordagem analítica para o jogo, bem como sua experiência de jogador da NFL atual (Sherman continua sendo um jogador ativo e não descartou um retorno aos campos). Ele será capaz de aprofundar a compreensão dos torcedores sobre o futebol americano e, ao mesmo tempo, ajudar os recém-chegados a aprender os fundamentos esporte.

“Para mim, é importante que os jogadores continuem a fazer o jogo avançar e a educar os torcedores com sua experiência e intelecto reais, tentando levá-los ainda mais fundo no jogo”, disse Sherman. “Acho que tentamos simplificar ao máximo para eles, mas acho que, quanto mais informados e lecionados forem os torcedores, melhor será a experiência.”

Além disso, ele provou ser um craque da narrativa ao longo da carreira - talvez seja aquele diploma de comunicação da Universidade Stanford. Essa habilidade promete ser um componente inteligente e acessível da posição de Sherman na mesa de comentaristas.

Considere sua narração desta jogada da partida Wild Card das eliminatórias de 2015 entre os Seahawks e o Minnesota Vikings, em que Sherman combina seus talentos de contador de histórias com sua experiência em campo como cornerback. Neste dia, no início de janeiro, a temperatura em Minneapolis era de -21°C (sensação térmica de -31°C).

Quando Ryan Fitzpatrick entrou na coletiva de imprensa pós-jogo em seguida à vitória triunfante do Tampa Bay Buccaneers na semana 2 da temporada de 2018 sobre o Philadelphia Eagles, ele se recusou a tirar os enormes óculos escuros. Afinal, era tudo parte de um estilo, incluindo uma jaqueta bomber justa com meio zíper e vários cordões de joias adornando seu peito nu.

Quando perguntado sobre seu impressionante desempenho em campo durante a partida, Fitzpatrick - sem nem mesmo esboçar um sorriso - disse: “Acho que agora é manter a humildade”.

A sala explodiu em gargalhadas. “Temos que agir com a certeza de que sabemos como lidar com o sucesso e tudo o mais, sem mudar nosso jeito de ser.”

Esse momento em 2018 resume as origens do apelido “Fitzmagic”: brincalhão, confiante e um pouco autodepreciativo. O quarterback ganhou o apelido devido à sua capacidade heroica de quebrar os recordes mais improváveis (exemplo: o recorde de 400 jardas de passes do jogo de abertura da temporada, que ele compartilha apenas com Cam Newton e Tom Brady).

Neste segundo semestre, ele se juntará à mesa de comentaristas do TNF, trazendo seu humor característico, 17 temporadas de experiência como jogador e um pouco dessa magia para os espectadores em todo o mundo.

Em seu primeiro ano na NFL, o quarterback que estudou em Harvard logo ganhou renome como um dos jogadores mais inteligentes do campeonato. Ao entrar no campeonato, Fitzpatrick fez o famoso teste Wonderlic - uma avaliação cognitiva de solução de problemas usada nos mais variados setores -, concluindo-o em nove minutos, com uma pontuação quase perfeita. Como referência, o Wonderlic sugere um limite de tempo de 12 minutos e informa que 20 pontos são considerados uma pontuação média. Fitzpatrick detém o recorde de terceira maior pontuação de todos os tempos na liga, com 48 pontos.

Esse intelecto, combinado com uma ampla gama de experiências em toda a liga, torna Fitzpatrick diferente de qualquer outro jogador na função de analista.

Vendo a oportunidade de continuar sua carreira fora de campo, Fitzpatrick disse ao New York Post no fim do primeiro semestre: “A Amazon chamou minha atenção. Sua proposta é inovadora e diferente. Era algo que fazia muito sentido em se tratando do que eu pensava em fazer”.

Embora Fitzpatrick tenha se aposentado após a temporada de 2021 por causa de uma lesão no quadril, ele continua sendo um dos jogadores mais cerebrais e intelectuais da era moderna, com uma compreensão aguçada de como o jogo evoluiu nos últimos 20 anos. Como o único jogador a ser titular na posição de quarterback em nove times diferentes, Fitzpatrick não chega ao papel de comentarista apenas como especialista do jogo, mas também como especialista da cultura da liga.

Com todas as suas nove equipes anteriores na programação do TNF nesta temporada, Fitzpatrick é uma das armas secretas do TNF.

Tão simpático quanto inteligente, Fitzpatrick é um jovem cujo comportamento lúdico certamente fará do TNF uma parte obrigatória da programação semanal de qualquer fã de futebol americano. Será que teremos também a barba icônica e os cordões de joias? Bem, o único jeito de saber é assistir.

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