Raquel Lily deixou o emprego no hospital para ser música em tempo integral. A Twitch ajudou a tornar isso possível.

17 de março de 2023 | Por Matt Miller, Redator sênior

Raquel Lily posando

O que é preciso para ficar famoso na Twitch? Bem-vindo ao Going Live, uma série em que streamers populares da Twitch explicam como encontraram suas comunidades e cultivaram um espaço onde espectadores, streamers e marcas podem se conectar em tempo real.

É uma tarde de final de verão e Raquel Lily está se preparando para tocar algumas músicas para milhares de fãs reunidos para uma apresentação em seu canal na Twitch. Mas primeiro, uma confissão.

“Vocês nunca me viram totalmente no modo nerd de O Senhor dos Anéis”, admite a cantora e compositora da Flórida. “Eu tenho uma tatuagem de O Senhor dos Anéis. Para vocês verem o quanto eu amo O Senhor dos Anéis.”

Durante uma apresentação ao vivo que inclui suas próprias músicas originais, Lily conversa casualmente sobre anões e elfos, mais especificamente sobre a relação de Durin com Elrond. A série original da Amazon O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder estreou em setembro de 2022, e Lily organizou watch parties ao vivo em seu canal na Twitch. Pode parecer um choque cultural alternar entre apresentações solo de R&B cheias de emoção e uma análise aprofundada da recriação visual de Khazad-dûm, mas Raquel faz isso sem nenhuma dificuldade, o que mostra como a artista ajudou a criar seu espaço musical na Twitch.

“É muito único”, diz Lily sobre sua presença na Twitch, que oferece uma dose dupla de fatos e curiosidades sobre as histórias de Tolkien e canções oníricas e repletas de emoção. “Muitos dos meus novos espectadores dizem: ‘Uau, ela não faz só música?’”

Pelo visto, há um público muito interessado nessa sobreposição de temas. Lily tem quase 70 mil seguidores na Twitch e faz turnês pelo país para tocar música e, mais recentemente, divulgar seu álbum de estreia, Fixations.

E, quando ela não está transmitindo seus shows ao vivo durante a turnê, gravando ou recebendo solicitações de músicas em sua transmissão ao vivo, acompanhada apenas por uma guitarra, ela apoia sua arte por meio de colaborações com marcas na Twitch ou, bem, falando a língua dos elfos. (A propósito, a tatuagem dela é de Evenstar, a joia que Arwen dá a Aragorn em O Senhor dos Anéis.)

A música Raquel Lily apresenta sua canção original “Oh! Chelsea” durante uma transmissão ao vivo na Twitch.

A jornada rumo à Twitch e uma carreira musical em tempo integral

Lily nasceu nas Filipinas e foi criada em Nova York, e a música sempre fez parte de sua vida. Ela começou a compor aos 13 anos e tocou em bandas de metal e rock quando mais nova, mas nunca tinha pensado nisso como uma carreira em tempo integral. Em vez disso, ela se formou em neurobiologia pela Universidade da Califórnia, Davis. Depois de se formar, ela começou a trabalhar em tempo integral em um hospital como técnica de neurofisiologia com a intenção de fazer faculdade de medicina. Mas isso nunca aconteceu.

Enquanto trabalhava na área da sáude, Lily sentia-se atraída por atividades mais criativas. Ela voltava para casa depois de um longo dia no hospital e não tinha energia para escrever. “Eu me sentia criativamente exausta”, diz ela. “Eu tocava em noites de microfone aberto; fazia shows em bares, ou seja, tudo que aparecia pela frente.”

Nessa época, em 2017, ela também jogava Overwatch na Twitch. Além da música, os jogos sempre fizeram parte de sua vida. Então, ela encontrou naturalmente uma maneira de nutrir essas duas paixões simultaneamente na Twitch. Enquanto saltava pelos mapas do jogo lutando contra robôs e scavengers, ela também cantava.

“Foi assim que conquistei meu público”, lembra ela. “As pessoas pediam músicas e eu cantava junto enquanto jogava.”

Depois de alguns meses, ela largou o controle e pegou a guitarra para se concentrar na música em tempo integral. Deixou o emprego no hospital e começou a se apresentar em campi universitários. Mas, quando pegou a estrada, ela não quis deixar sua comunidade para trás.

“Eu não queria deixar de fazer minhas transmissões, então levei meu equipamento de streaming comigo e transmitia shows ao vivo”, diz ela. “Quando eu voltava para casa, [meu público] já não queria me ver jogar. Em vez disso, as pessoas diziam: ‘Queremos ver você tocar mais música’”.

E foi exatamente o que Lily fez. Ela trouxe sua comunidade para o processo criativo, mostrando a composição, a prática, a gravação e a produção de sua música durante transmissões ao vivo. Geralmente, os fãs de música só recebem o produto final de seu artista favorito: um novo single bem acabado, um novo álbum perfeitamente produzido. Mas a Twitch ofereceu a Lily a chance de mostrar ao público o processo do começo ao fim: toda a beleza de compor, revisar e ajustar uma canção. Isso cria laços estreitos entre o público, a música e o artista. Em março de 2022, ela lançou Fixations, um álbum quase inteiramente criado diante de um público de streaming e financiado por participantes da sua comunidade.

“Comecei a praticar muito minha música na Twitch e isso fez com que eu me aprimorasse como musicista, porque você acaba colocando muita pressão sobre si mesma para fazer um bom trabalho”, diz ela. “As pessoas ficam empolgadas com um single no qual você está trabalhando bem na frente delas. Eles têm a chance de ver a canção ganhar vida diante de seus olhos. É um lugar verdadeiramente único para interagir com as pessoas e se tornar muito próximos delas sem que elas estejam fisicamente com você. Então, eu acho que a Twitch é uma ferramenta muito importante para mim como artista independente.”

Nesse meio tempo, Lily usou suas transmissões para ajudar a criar um ambiente acolhedor e solidário para sua comunidade.

“Tenho muitos membros da comunidade que ainda estão “no armário”, por exemplo, que não conversam com seus familiares ou amigos sobre quem eles sentem que são. Então, tento oferecer um espaço seguro para eles”, diz Lily. “Eu mesma meio que saí do armário na Twitch. Não cheguei a falar: ‘Gente, olha só, eu sou gay’. Foi mais tipo, bom, estou compondo essa música, e é sobre uma garota. Ouçam só. Essa sou eu. Acho que criar músicas e arte com as quais as pessoas possam se identificar, que têm a ver com a cultura queer, é muito importante.”

Marcas e comunidades que apoiam artistas

Enquanto ela curte seu lado nerd com a série Os Anéis do Poder, Lily também está trabalhando para arrecadar dinheiro para filmar um novo videoclipe por meio de contribuições de sua comunidade. Como explica Lily, a Twitch e sua comunidade têm sido cruciais para ajudá-la a apoiar sua arte.

“Antes, os artistas se sentiam pressionados a assinar um contrato, a ter uma gravadora ou uma grande máquina por trás deles para financiar sua arte. E, às vezes ,você precisa sacrificar muito da sua proposta artística para se adequar ao que a gravadora quer de você”, diz Lily. “Acho que não preciso fazer isso quando estou diante de uma comunidade que realmente quer estar comigo para me ver passar pelo meu processo do meu jeito. É algo muito orgânico. E só existe na comunidade da Twitch.”

Lily também ajuda a financiar sua arte por meio de colaborações com marcas na Twitch. No ano passado, ela se tornou membro oficial da AT&T Class of 2022, um programa de patrocínio que apoia streamers para ajudá-los a expandir suas comunidades. Ela também trabalhou com a Gretsch Guitars, a varejista de câmeras Adorama, a empresa de kits de refeições HelloFresh, a Logitech e muito mais.

“É muito legal trabalhar com marcas que estão envolvidas no que eu estou fazendo, seja na área da música ou da tecnologia”, diz Lily. “Acho que muita gente não gosta nada quando os artistas ‘se vendem’ para promover uma marca. Dá pra ver como é falso às vezes. Mas, na Twitch, não dá para fingir. Você está literalmente vendo microexpressões desses artistas. Então, se eles acreditarem de verdade na sua marca e gostarem mesmo de, digamos, um microfone, eles vão usá-lo e você o verá em tempo real.”

Como explica Lily, essas colaborações com marcas são uma forma natural de ela apoiar sua música e também se conectar com sua comunidade.

“Minha comunidade é uma mistura de pessoas que gostam de verdade da minha música ou da minha personalidade, mas também há uma grande parte que também são aspirantes a artistas. Eles estão lá porque querem aprender. Então, eles confiam em você”, diz Lily. “Eles podem pensar: ‘Bem, a Raquel garante que essas cordas são boas; acho que vou comprá-las.’ Então, é uma forma de as pessoas saberem mais sobre os produtos em vez de comprarem impulsivamente sem terem noção do que exatamente querem comprar.”

Com a ajuda de sua comunidade e dessas colaborações com as marcas, Lily transformou sua carreira musical em algo muito maior. Além do novo álbum, Lily está lançando alguns novos singles e vídeos. Ela está se preparando para sair em turnê.

E vai levar sua comunidade com ela em cada etapa do processo, incluindo uma ou outra paradinha na Terra Média.

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