Este é o mundo virtual de TheSushiDragon. E a transmissão já começou.

O disparo certeiro do Sushi Dragon

30 de dezembro de 2021 | Por: Matt Miller, redator sênior

O que é preciso para ficar famoso na Twitch? Bem-vindo ao Going Live, uma série em que criadores populares da Twitch explicam como encontraram suas comunidades e cultivaram um espaço onde espectadores, streamers e marcas podem se conectar em tempo real.

Stefan Li está mexendo em uma câmera colada a um hoverboard programado para andar sob seu comando.
Mas ela não quer funcionar.

“É oficial, a câmera morreu”, diz Li, mais conhecido na Twitch como TheSushiDragon, onde tem mais de 260 mil seguidores. Esses são os primeiros momentos de uma transmissão no final de outubro, e Li está preparando seu equipamento enquanto os espectadores começam a encher o bate-papo. Ele usa comandos de voz para alternar entre as várias câmeras que tem montadas. Mas a Câmera 1 no hoverboard não para de dar problemas. “A Câmera 1 já era”, diz ele. De repente, a Câmera 1 ganha vida. “Ahhh, me enganei, ela ainda está viva”, exclama Li, enquanto a imagem muda para a perspectiva da Câmera 1 rolando atrás dele. “Ok, agora sim podemos começar, pessoal”, diz Li a seus fãs, começando a transmissão.

Dificuldades técnicas como essa não atrapalham as transmissões ao vivo do TheSushiDragon. Elas fazem parte da diversão. Seu canal é um programa de variedades futurista de um homem só. Imagine o seguinte: Durante a transmissão, Li usa óculos inteligentes Vuzix, que lhe permite ver projeções holográficas de seus monitores. Ele está com uma tela presa ao peito, que às vezes exibe seu bate-papo ao vivo na Twitch, junto com uma câmera DSLR, que também oferece aos espectadores um ponto de vista em primeira pessoa. Em suas mãos, ele tem dois controladores com dezenas de botões que lhe permitem direcionar áudio e vídeo para que ele possa criar efeitos especiais em tempo real. Além disso, há também sua câmera-robô no hoverboard, que ele pode ativar alternadamente para uma experiência imersiva de 360 graus com várias câmeras.

“A tecnologia por trás disso tudo é basicamente velcro, supercola e ímãs”, conta Li alguns dias depois da transmissão com a câmera temperamental. Quando não está transmitindo, Li parece menos um ciborgue. Em vez de seu equipamento de tecnologia, veste uma jaqueta que ele mesmo desenhou. A jaqueta foi feita do zero, da mesma forma que seu canal na Twitch. “O conceito do meu programa é: o que eu sinto, você sente. Essa é a minha maneira de criar conteúdo autêntico. Não há nenhum intermediário. Meu corpo é a câmera. Eu controlo tudo. Áudio, vídeo, está tudo em minhas mãos.”

Com o controle nas mãos (e as câmeras no corpo ou em hoverboards), Li tem a liberdade de correr pelo espaço em que faz suas transmissões, um armazém de 750 metros quadrados em Montana, para onde ele se mudou de LA em 2020, pois precisava de mais espaço. O armazém é uma mistura de laboratório de pesquisa e desenvolvimento de robótica, uma loja de eletrônicos e um playground para adultos, com paredes inteiras de tela verde, karts, torsos de manequim em plataformas motorizadas, monitores móveis gigantes, máquinas de fumaça e um dragão inflável.

Os programas do TheSushiDragon geralmente consistem em Li fazendo experiências com esses brinquedos tecnológicos enquanto conversa com os espectadores, às vezes parando para dançar e criar videoclipes em que ele é a estrela. O canal também tem entrevistas, minijogos, além de um espírito sempre brincalhão, estilo comédia alternativa, inspirado nos heróis de Li como Eric Andre e Jim Carrey.

Quem vê toda essa tecnologia, as várias câmeras e o orçamento elevado das transmissões pode até pensar que Li é formado em cinema ou robótica. Mas não é o caso. Poucos anos atrás, ele trabalhava como vendedor em uma rede de lojas de roupas de baixo custo.

Do varejo à estrela e diretor em tempo real

Enquanto Li pendurava roupas em seu trabalho em 2016, ele imaginou o conceito de um programa de streaming em que o criador editasse seu feed ao vivo para os espectadores. Ele começou na Twitch em 2017 com uma transmissão mais tradicional. Ele jogava videogames com os espectadores, enquanto editava ao vivo o que eles viam em suas telas, ou seja, ele adicionava efeitos especiais de vídeo e áudio em vez de mostrar apenas um vídeo estático do jogo e sua cabeça. Li teve sucesso com esse tipo de transmissão,assim como muitos outros criadores de conteúdo. A beleza da Twitch é que o conteúdo pode ser tão simples ou elaborado quanto o criador precisar. Para ter sucesso com seu conteúdo, um criador não precisa, necessariamente, de efeitos especiais elaborados. No entanto, a visão de Li era criar um mundo digital com alto nível de produção para seu público. Quando conseguia fazer algo incrível em um jogo ou vencia uma partida, TheSushiDragon fazia celebrações elaboradas com efeitos especiais, como cuspir fogo ou transformar sua cabeça em um personagem de desenho animado. Isso logo se tornou a parte favorita do seu programa para os espectadores.

“Minha intenção era que fosse eu a entreter os espectadores, e não o videogame”, diz Li.

Então, ele começou a fazer cada vez mais experimentações com os programas de computador e os eletrônicos que tinha em mãos. Como ele poderia criar mundos diferentes de forma improvisada, bem como novas experiências para seus espectadores?

Ele começou a experimentar. Aprendeu sozinho como usar todos os programas e ferramentas necessários para editar e manipular sua transmissão em tempo real. Durante o processo, os espectadores o ajudaram em suas experiências.

“À medida que meu público começou a crescer, um monte de pessoas mais espertas, que faziam faculdade e sabiam o que estavam fazendo, viram meu esforço e sentiram-se inspiradas a ajudar”, diz Li. “Eu passava 16 horas por dia tentando mudar uma porção de teclas de atalho, mas então um programador apareceu e disse: ‘Ei, eu posso criar um programa que faz isso em cinco minutos. Algumas pessoas podem preferir doar dinheiro, mas eu quero doar esse programa.’”

Esse programador acabou por ensinar a Li grande parte do que ele vinha tentando aprender por conta própria. E, à medida que a tecnologia e as habilidades de Li evoluíam, o programa também evoluía. Em pouco tempo, ele já tinha seus óculos inteligentes, suas várias câmeras e seu robô. Assim, em vez de usar seus controladores para jogar videogame, ele passou a usá-los para fazer transições de câmera perfeitas ou deixar uma claque preparada para entrar na hora certa. Pelo que diz Li, ele está em perfeita sintonia com seu programa. Ele é o programa, de uma forma muito próxima da ficção científica. A tecnologia o ajudou a ser ele mesmo de forma mais autêntica.

Como as marcas foram trazidas para o programa do TheSushiDragon

Esse ethos de criatividade e experimentação ofereceu um espaço interessante para TheSushiDragon encontrar maneiras inovadoras de trabalhar com marcas em suas transmissões.

“Eu fiz algumas coisas hilárias que nem acredito que as marcas aceitaram fazer”, diz Li. Um exemplo disso foi a parceria com a BMW, em que Li pediu à equipe os assets visuais do carro e os usou para criar uma experiência virtual para seus espectadores, na qual parecia que ele estava mesmo dentro do carro, dirigindo-o. “Normalmente, os streamers não querem ter mais trabalho do que o necessário, mas eu queria criar algo especial”, diz Li. “Era só apertar um botão e parecia que eu estava dirigindo um carro virtual com os membros do bate-papo como meus passageiros. É uma experiência nova para os espectadores... Isso para mim é o futuro do entretenimento ao vivo.”

Li também se uniu à Intel para que ela o ajudasse a transformá-lo em um robô para seu feed e fez um videoclipe ao vivo para a marca.

“O mais engraçado foi que minha parceira estava usando um terno de tela verde, e eu a fiz segurar o laptop. Eu morri de rir com o pessoal do bate-papo, pois parecia que o computador Alienware estava flutuando enquanto eu lia as principais características do CPU Intel”, conta Li. “Eu crio esses mundos para que eles sejam o mais imersivos possível. Assim, as marcas têm a oportunidade de criar conteúdo bastante experimental que fica na mente das pessoas.”

Li diz que, quando começou a usar os óculos inteligentes Vuzix, o CEO da empresa entrou em contato com ele para dizer que adorava a maneira como os óculos estavam sendo usado para o entretenimento ao vivo. Juntos, eles decidiram fazer um sorteio em uma das transmissões do TheSushiDragon.

“Quando eu envolvo uma nova marca, o programa muda completamente, pois há novos efeitos, novos conceitos, novas brincadeiras”, diz Li. “As pessoas perguntam: ‘Como as suas transmissões de marca são tão boas quanto as transmissões normais?’ É porque trata-se de uma nova experiência em que a marca me dá liberdade criativa.”

A liberdade criativa que as marcas e a tecnologia oferecem deram a Li a oportunidade de criar conteúdo que ele diz ser totalmente original. O programa de Li continua a evoluir, e ele planeja trazer mais entrevistas, mais experiências de realidade virtual e mais minijogos. Ele também está trabalhando em outro programa, que será exclusivo da Twitch, chamado TheSushiDragon Presents, no qual ele criará mundos personalizados para artistas e seus trabalhos.

E, à medida que a tecnologia avança, o programa do TheSushiDragon também evolui. Esse talvez seja um vislumbre de como poderão ser os apresentadores de talk show da próxima geração: com direito a óculos inteligentes e câmeras-robô em hoverboards.

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